Uma simples moda?

Faço essa pergunta pelo aquilo que experienciei ao longo dos anos.
Infelizmente, já me deparei com pessoas que se intitulavam de góticas que simplesmente olhavam para o movimento gótico como uma simples moda. Uma moda de adolescentes que adoptam a estética/indumentária gótica para suscitarem alguma diferenciação entre grupos, procura de amigos e choque na sociedade. Já vi jovens que para “ficarem o mais possível góticos”, iam até ao ínfimo pormenor em termos de vestuário, acessórios,etc. Pode até haver uma certa extravagância no gótico mas não o ridículo.
Para essas pessoas, a estética é o mais importante e depois a música. Muitas vezes, não têm sequer uma pequena ideia do que poderá significar o gótico, investindo em vestuário e na música actual supostamente rotulada de gótico.
A indumentária/estética é importante pois traduz aquilo que sentimos, aquilo com que nos sentimos identificados, aquilo que somos mas não é a base de tudo. Muitos não entendem que primeiro que parecer, têm de o ser.
Para alguns não-góticos, também a subcultura é considerada como uma moda, daí que se estabelecem conexões mal fundadas o que só provoca uma grande quantidade de má informação acerca do movimento.Dizem que é uma moda passageira, uma fase que passará na vida adulta, não acreditam numa alma gótica e tudo o mais que é dito não tem qualquer sentido.
Se houve um forte crescimento de pessoas interessadas no movimento foi devido a umas bandas, que são classificadas de góticas, sendo na sua maioria precursoras do estilo musical metal e também devido a uma literatura que busca inspiração a todo esse universo. Uns encontraram-se, outros tentaram pertencer a algo que não eram de facto.
Aquilo que quero deixar evidente é que a subcultura gótica não é uma moda, não é unicamente um estilo musical, é um todo, não é só uma parte.
É uma cultura e por isso merece o devido respeito.

Escrito por Nepenthe.